sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Boteco do Fim do Dia

Depois de um dia duro de trabalho (apesar de que tem gente que acha que tatuar não é trabalho), nada como uma cerveja bem gelada em um dos vários botecos que se oferecem em Brasília. No meu caso, ando frequentando um na Asa Sul que parece mais um asilo. É onde os velhinhos aposentados se encontram. Uns para conversar, outros para lerem seus jornais e revistas, e vários outros... cada um com seu motivo. Mas, o q importa é que me sinto bem neste boteco. Chego lá, sento, o garçom já me trás a cerveja que gosto – aliás, quando o garçom já fica com este grau de intimidade, é porque você já faz parte da considerada clientela. E eu, por descuido, sempre esqueço de caprichar na gorjeta- Enfim, depois de toda uma ralação, esta tem sido minha meditação e silêncio ocioso.

Gosto de ver os tipos de velhos, seus hábitos, suas conversas. Parecem um bando de crianças. Tem uns que lembram meu pai. Bebendo com o saco de pão que deveria ter sido levado para os filhos a horas - Meu pai sempre chegava com um saco de pão amassado embaixo do braço. E quando penso em beber para relaxar, sempre me vem a ideia de algum boteco mesmo. Acho mais simples, mais comum e mais a minha classe. Admito sempre que sou botequeiro de carteirinha. Daqueles que bebem em pé no balcão e tomam o caldinho que vendem no copo (farofa com linguiça apimentada também é uma ótima pedida) . Exatamente agora, enquanto digito este texto, é fim de tarde de quinta-feira. Os velhinhos já devem estar todos lá, o garçom já notou que não cheguei, o velho do pão já deve ter saído de casa a caminho da padaria. Se der sorte, hoje tem o velhinho da viola cantando e tocando com toda sua energia. Então, chega por hoje.