quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Ritual

Todas as vezes que estou bebendo uma cerveja e me dá vontade de enlouquecer de vez, eu peço uma pinga. E sempre lembro de um um amigo que tive, que era produtor gráfico, que me ensinou a fazer um ritual:
1- Peça a pinga. Seleta ou Boazinha
2- Peça sal e limão
3 - Abra a mão e afaste um pouco o polegar esticado para o lado. Fica um “L“. Aparece um buraquinho entre os músculos.
4 - Neste mesmo coloque sal e pingue gotas de limão (cuidado para não esparramar)
5 - Lamba esta mistura e em seguida tome uma dose da pinga.
6 - Deixe tudo se misturar na língua e engula.
Eu sempre repito isso em memória ao meu amigo.

Hiper-Ativo

Por mais que eu diga que vou ficar parado, sem fazer nada. Não consigo por muito tempo. Sou um adulto hiper-ativo. Hoje fiz uma segunda sessão de uma tattoo de um amigo. E logo em seguida corri para o comércio para aproveitar uma promoção de tablets (presente de natal de minha filha. Dias depois do natal).  Todos os da promoção tinham sido vendidos. Decidi comprar um melhor. Assim que paguei mandei uma mensagem avisando. Ela respondeu eufórica. E eu me senti bem. Mesmo tendo gastado mais. Me senti pai. Daqueles que se fodem para ver o sorrir feliz dos filhos.
Só quem tem uma cria sabe que sentimento é este. E luto muito para que eu seja um pai digno da filha que tenho. E para que um dia eu possa olhar para toda esta louca estrada e veja, entre tantos desvios, uma história que ela se orgulhe. Assim como me orgulho da luta dos meus dois velhos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Filmes de Feriado

A muito tempo estava com necessidade de parar e resgatar o que eu costumava a fazer sempre: ficar de pernas pro ar, vendo um filme atrás do outro. Nesta segunda-feira foi exatamente o que fiz. Já tinha bebido algumas pela manhã e depois do almoço uma sonolência típica me derrubou na cama e não me deixou mais ter coragem para nada. O calor também contribuiu para isso. Como tinha comprado filmes novos, não tive outra escolha.

Gostei muito das minhas escolhas. Sempre me sinto atraído por filmes com um pé em loucura e psicodramas. Gosto de tramas que envolvem pessoas mais undergrounds e foras-da-lei. E estes dois filmes são exatamente isso.

O primeiro, "Pacto do Passado" é a história de um grupo de quatro amigos que se conheceram ainda na adolescência. E que na escola fazem um pacto de seguirem seus sonhos e se reunirem no futura para curtirem novamente como se fossem adolescentes. Vinte e cinco anos depois, eles se reencontram em uma casa, de um deles, em uma montanha em Big Sur (lugar de dois romances do Jack Kerouac). A mansão era de um deles. Um artista plástico e professor ( e o mais louco). Ficaram os quatro se entregando a uma loucura sem freios. Bebidas, drogas e muito rock foram se misturando durante os dias e noites que estavam lá relembrando suas vidas. Um deles convida uma jovem, que trabalhava em um bar, para levar amigos e amigas para a casa. Pois eles dariam uma festa. Os jovens chegaram lá e uma das atrizes (na vida real) era a Sasha Gray, uma atriz pornô conhecidíssima no meio. Ela fez uma excelente participação. Representou super bem. Os dias foram passando e a coisa foi saindo do controle. Os problemas de cada um foram aparecendo, foram sendo comentados e logo o filme se torna um grande drama. E termina em tragédia.

Um filme muitíssimo forte e de apelo psicológico agudo. Gostei muito.

O outro, "Sem Destino", simples e feito de forma super descontraída. Conta a história de três jovens (um homem e duas meninas) loucos e bêbados que levam a vida de forma simples e desenfreada. Não gosto muito do Keanu Reeves. Acho muito fraco. Mas neste papel, a falta de expressividade dele deixou o personagem perfeito. Um cara que mora num chiqueiro imundo, sem nada. Entende de eletrônica e fica concertando eletrodomésticos. Ele tem um carro e transporta as duas amigas, uma morena e outra loira. Ambas lindas. Eles possuem um tipo de relacionamento a três. A morena mais louca e beberrona. A loira mais contida e reservada. Mas ambas muito amigas, moram juntas e dividem as tarefas da sobrevivência. Inclusive, se prostituem. O personagem do Keanu, rouba uma câmera profissional e a partir daí começa a filmar tudo. Ele liga a câmera o tempo todo e filma tudo, o tempo todo. Em um determinado momento, ele começa a fazer uma espécie de depoimento espontâneo das duas meninas. Eles iam contando história para a câmera. E ele ia captando. O filme vai todo nisso. Mas é forte e super excitante. E mostra uma realidade muito próxima de todos nós. Gostei muito também.


Estou morgadaço. Ainda cansado e com uma ultra-super-preguiça. Minha vontade é de deitar e hibernar. Aproveitar assim esta semana de férias. Mas vou tentar ficar um pouco desperto para ver mais filmes hoje.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mine-Férias

Prestes a dar uma parada em tudo. Preciso de, pelo menos, umas mine férias. Quero ficar uma semana sem fazer absolutamente nada. Acordar, pegar o controle da TV, dar uma espiada nos canais, e voltar a dormir. Acordar depois, levantar, comer, e fazer alguma coisa diferente. Algo que não tenha nada a ver com a rotina do dia a dia. Quero quebrar esta linha rígida de trabalho que me encontro hoje. Tenho filmes para assistir. Livros para ler. Textos para escrever. E, principalmente, sono atrasado para repor. Penso em ver filmes de tarde, bebendo e dando pausas para cochilos. Ler e ouvir músicas. Tocar meu velho violão (companheiro de tantos anos e tão abandonado ultimamente).

Lembro de uma época em que eu estava sem trabalhar. Na verdade, sem trabalhar em uma empresa, pois sempre fiz freelas e me virei com meus bicos. E morava numa casa grande, em um condomínio em sobradinho, cidade satélite de Brasília. Quando tinha trabalho, geralmente eu me empenhava neles durante a madrugada. Depois dormia até umas doze horas. E depois passava a tarde lendo, pintando ou vendo filmes. Eu lia muito nesta época (e produzia também). Meu quarto ficava ao lado da sala, bem na frente da casa. O lote não tinha muros nem vizinhos próximos. Era só mato. No meu quarto tinha uma janela grande e minha cama ficava logo abaixo. Eu costumava deitar na cama, pegar meus livros e abrir a janela. Lia até dar sono. Tinha um vento constante que soprava todo o quarto. E geralmente, era um vendo frio ( que eu adorava). Tinha tarde que eu apenas lia. Em outras eu pegava telas e papéis e produzia pinturas e desenhos. Em outras tocava e escrevia. Ou seja, eu tinha uma vida maravilhosa. Do tipo que todos sonham (pelo menos, eu acho). Imagine um lugar destes. Bastante mato, natureza. Sem vizinhos. Barulho de pássaros e cachorros. Vento frio. Paz, paz e paz. Acho que foi a época de mais aprendizagem literária e produção artística da minha vida. E sem falar que eu ainda ganhava uns bons trocados com meus freelas para agências e editoras.

Hoje, a minha realidade é bastante diferente. Tudo tão mudado, tão contrário. Nossa! Quando paro para pensar vejo o quanto sou nômade e inconstante com minha própria vida. Tudo muda radicalmente em pouco tempo. Vivo dez anos em cinco. Uma correria sem destino certo. Loucura!

Claro que nem tudo é fruto das minhas loucas escolhas. Tem coisa que muda sem o nosso agir. A casa, por exemplo, era de minha mãe . E tivemos (eu e meus irmãos) que vendê-la. Depois de sua morte. Aquele paraíso foi-se. Sem que eu pudesse fazer nada para evitar. E de lá para cá, inúmeras mudanças. Muitas histórias se passaram.

E eu achei no youtube dois vídeos que fiz nesta época. Dentro do meu amado quarto de tantos e tantos devaneios solitários. Me bateu uma saudade indescritível.


http://www.youtube.com/watch?v=mPzEEPI7quA


http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=eXzino4Gpuw


Então é isso.

O que resta, é olhar para frente e seguir na minha louca vida.

3 da Madruga !

Acordar às 3 da madruga, levar a namorada ao aeroporto. Voltar e perder o sono. Ligar a TV, sapiar por todos os canais e cair no VH1, passando clipes dos anos 80 (direto da nostálgica adolescência). Não poderia dar em outra coisa... peguei uma garrafa de pinga. E minha sexta (a do suposto fim do mundo) teve o seu start mais que merecido.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Mito da Caverna na Prática

A um tempo atrás, uma amiga me perguntou, via internet, o que eu
achava de um relacionamento que ela vinha tendo. Conversamos por
alguns minutos e eu disse realmente o que vinha observando. A amiga
ficou meio abalada e triste. E finalizamos a conversa. Esta pessoa
desapareceu, sumiu, não deu mais notícias. Pelo menos, para mim. Vi
depois que ela terminou com o cara. E continuou sem dar notícias, sem
contato. E eu me pus a pensar no ocorrido. Lembrei de coisas que
sempre se confirmam. As pessoas não querem verdades. Ninguém quer
realmente ouvir o que se precisa. Todos nós gostamos de ouvir o que
alimenta nossos egos e nos mostram que estamos certos. Que fizemos
boas escolhas, que somos melhores. Existem muitas verdades. Existem
diversas opiniões. As nossas, são minúsculas (grãos de areia) se
comparadas a todo este universo humano em que vivemos. E mais uma vez,
só me restou lições. E logo eu, que já trabalhei com publicidade. E
sei que o que se vende é sonho e não o produto em si. Logo eu que já
fiz análise durante anos e sei que todos nós somos movidos fortemente
por carências e traumas. E que, principalmente, ninguém quer sofrer,
ninguém aguenta mais. E logo eu, fui dizer o que precisava dizer, e
não o que ela esperava (desejava).
O Mito da Caverna de Platão mostra (entre outras coisas) que a maioria
das pessoas não está preparada para ver a luz. E que preferem (ou só
conseguem) ver o que acontece por sombras refletidas. Por impressões.
E nós somos seletivos por instinto. Só nos atraímos pelo que gostamos.
Só queremos o que julgamos nos fazer bem, ou que sirva para ser usado
naquele determinado momento.
Eu, sem querer, acabei sendo o mal para esta pessoa. Ela me viu como
algo ruim e se afastou. O que é normal.
E só me restou mais uma experiência de vida.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dias Difíceis.

Tem dia que é assim mesmo. Começa pesado. E você sente isso. Fica uma espécie de nó no estômago. E a ansiedade te maltrata. Pela demora em que se arrastam as horas.