sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mine-Férias

Prestes a dar uma parada em tudo. Preciso de, pelo menos, umas mine férias. Quero ficar uma semana sem fazer absolutamente nada. Acordar, pegar o controle da TV, dar uma espiada nos canais, e voltar a dormir. Acordar depois, levantar, comer, e fazer alguma coisa diferente. Algo que não tenha nada a ver com a rotina do dia a dia. Quero quebrar esta linha rígida de trabalho que me encontro hoje. Tenho filmes para assistir. Livros para ler. Textos para escrever. E, principalmente, sono atrasado para repor. Penso em ver filmes de tarde, bebendo e dando pausas para cochilos. Ler e ouvir músicas. Tocar meu velho violão (companheiro de tantos anos e tão abandonado ultimamente).

Lembro de uma época em que eu estava sem trabalhar. Na verdade, sem trabalhar em uma empresa, pois sempre fiz freelas e me virei com meus bicos. E morava numa casa grande, em um condomínio em sobradinho, cidade satélite de Brasília. Quando tinha trabalho, geralmente eu me empenhava neles durante a madrugada. Depois dormia até umas doze horas. E depois passava a tarde lendo, pintando ou vendo filmes. Eu lia muito nesta época (e produzia também). Meu quarto ficava ao lado da sala, bem na frente da casa. O lote não tinha muros nem vizinhos próximos. Era só mato. No meu quarto tinha uma janela grande e minha cama ficava logo abaixo. Eu costumava deitar na cama, pegar meus livros e abrir a janela. Lia até dar sono. Tinha um vento constante que soprava todo o quarto. E geralmente, era um vendo frio ( que eu adorava). Tinha tarde que eu apenas lia. Em outras eu pegava telas e papéis e produzia pinturas e desenhos. Em outras tocava e escrevia. Ou seja, eu tinha uma vida maravilhosa. Do tipo que todos sonham (pelo menos, eu acho). Imagine um lugar destes. Bastante mato, natureza. Sem vizinhos. Barulho de pássaros e cachorros. Vento frio. Paz, paz e paz. Acho que foi a época de mais aprendizagem literária e produção artística da minha vida. E sem falar que eu ainda ganhava uns bons trocados com meus freelas para agências e editoras.

Hoje, a minha realidade é bastante diferente. Tudo tão mudado, tão contrário. Nossa! Quando paro para pensar vejo o quanto sou nômade e inconstante com minha própria vida. Tudo muda radicalmente em pouco tempo. Vivo dez anos em cinco. Uma correria sem destino certo. Loucura!

Claro que nem tudo é fruto das minhas loucas escolhas. Tem coisa que muda sem o nosso agir. A casa, por exemplo, era de minha mãe . E tivemos (eu e meus irmãos) que vendê-la. Depois de sua morte. Aquele paraíso foi-se. Sem que eu pudesse fazer nada para evitar. E de lá para cá, inúmeras mudanças. Muitas histórias se passaram.

E eu achei no youtube dois vídeos que fiz nesta época. Dentro do meu amado quarto de tantos e tantos devaneios solitários. Me bateu uma saudade indescritível.


http://www.youtube.com/watch?v=mPzEEPI7quA


http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=eXzino4Gpuw


Então é isso.

O que resta, é olhar para frente e seguir na minha louca vida.